A decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de agir em favor do ex-presidenciável e deputado Aécio Neves (PSDB-MG) na definição da presidência da Comissão de Relações Exteriores provocou insatisfação no PSL. O partido comandou o colegiado em 2019 com Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e quer manter em 2021 a coordenação com Luiz Philippe de Orleans e Bragança(PSL-SP).
Lira comunicou na semana passada a deputados do PSL que o comando da comissão será dado ao mineiro. Integrantes do partido veem nisso uma quebra de acordo já que o presidente da Câmara prometeu em sua campanha respeitar a proporcionalidade. O PSL tem 20 deputados a mais que o PSDB.
Aécio negociou diretamente com Lira a presidência da comissão. Os dois são próximos e o deputado do PP tem ajudado o mineiro na guerra contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Ainda que o partido tenha ficado formalmente no bloco de Baleia Rossi (MDB-SP), Aécio levou muitos votos do PSDB para Lira. O mineiro tem ficado longe dos holofotes desde que foi flagrado no escândalo da JBS em 2017, mas nos últimos dias ele tem ensaiado um retorno ao centro do debate político.