Josias de Souza
Há três dias, 19 governadores de partidos simpáticos a Dilma foram filar a boia no Palácio da Alvorada. Num jantar custeado pelo déficit público, comprometeram-se a pegar em lançar pela CPMF. Arrastariam os colegas da oposição e fariam uma megareunião de 27 governadores no Congresso. Nesse encontro, pressionariam para que a alíquota da CPMF, fixada na proposta de Dilma em 0,20%, fosse elevada para 0,38% —a diferença de 0,18% iria para o caixa de Estados e municípios.
Em ritimo de ‘chegou a hora, vamos lá’, os governadores contactaram os parlamentares que lhes são próximos. Perceberam que a maioria torce o nariz para a volta da CPMF. Sob atmosfera de ‘devemos abandonar nossas dissenções para, juntos, soerguer esse país’, os governadores amigos de Dilma tocaram o telefone para os colegas oposicionistas. Foram informados de que eles não dariam as caras na reunião brasiliense.
Nesta quarta, chegou o grande dia. ‘Vamos lá, um, dois, três, êia! Quatro, cinco, seis, ûpa! Sete e… oito. É, não deu! Dos 19 governadores que estiveram com Dilma, apenas oito compareceram ao Congresso: Bahia, Amapá, Rio de Janeiro, Ceará, Piauí, Alagoas, Sergipe e Tocantins. Resta constatar: Com esse material, não vai dar nem para o começo!
Procurado pelos governadores remanescentes, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, insinuou que os visitantes foram feitos de bobos: “O governo está tentando dividir a derrota com os governadores, jogando-os aqui para fazerem o papel que o governo não consegue fazer, porque não tem uma base articulada”.
— Moral: diante de certos acordos políticos, faça como São Tomé. É preciso ver para não crer.