FHC: ‘PT deve estar mordendo a língua’ sobre disparada do dólar

POR FÁBIO GÓIS

Diante da disparada do dólar acima dos R$ 4, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) comentou nesta quinta-feira (24), em seu perfil no Facebook, o que considera incapacidade do governo do PT em corrigir os próprios erros. Referindo-se à vitória de Lula na corrida presidencial de 2002, o tucano diz que os petistas devem estar “mordendo a língua” por terem dito, àquela época, que dele receberam um “governo quebrado”.

“O PT deve estar mordendo a língua, de tanto que disse que recebeu um governo quebrado em 2002. Nunca reconheceram que o dólar disparou e a inflação subiu naquele ano exatamente em função do medo causado pela eleição do Lula”, diz o ex-presidente.

Segundo FHC, a alta do dólar tem batido recorde “devido ao medo causado pelo desgoverno do próprio PT”. O tucano finaliza o comentário dizendo que os indicativos econômicos e a situação do país representam “lições da história”.

“Nada nas contas externas justifica tão forte desvalorização do Real frente ao dólar. Só mesmo a percepção de que nas mãos do governo do PT não existe capacidade para corrigir os erros de política econômica que seu governo fez, reiteradamente”, avalia o tucano.

Nos últimos meses, FHC tem se mantido em evidência com comentários variados sobre o governo Dilma Rousseff. Na mais recente, no último dia 5, o ex-presidente disse que a gestão petista está “desmilinguindo. “Ela pode reagir? Pode, ela pode tentar assumir o comando”, disse, para depois completar. “Mas como? Tem que mudar de base? Quando os ventos são favoráveis, você reconstrói facilmente a sua base de sustentação. Mas a economia não vai bem e nós passamos de um presidencialismo de coalizão para um presidencialismo de cooptação.”

Hoje (24), nova alta do dólar levou o Banco Central a fazer intervenções no mercado de câmbio. Com a cotação a R$ 4,2134, a instituição executou leilões de venda da moeda norte-americana alocadas em reservas internacionais, mas com compromisso de recompra e de novos contratos de swap (venda de dólares no mercado futuro). O procedimento não era aplicado desde abril.