Arquivo diários:01/05/2016

Primo Cristovam Buarque também hostilizado com gritos de “traidor”

O senador Cristovam Buarque foi hostilizado, neste sábado (30/4), em uma livraria de um shopping da cidade. Aos gritos de “traidor”, “tchau querida” e o “povo não aguenta mais o PT”, o senador do PPS tentou argumentar com as pessoas, mas não conseguiu ser ouvido.

Ao Correio, o senador disse que “episódios como esse acabam me empurrando em direção ao voto favorável pelo impeachment”. “É verdade que ainda não me decidi como votarei no processo. Aprovo a admissibilidade, mas não me defini quanto ao mérito”, disse. O senador reclamou que o país está passando por um processo de sectarização, que acabou se materializando na necessidade de se construir um muro na Esplanada dos Ministérios no dia da votação do impeachment na Câmara dos Deputados.

“Essa foi a primeira vez que passei por isso. Em outros momentos, alguns eleitores já tinham me alertado, afirmando que ´estavam de olho em mim´ se votasse contra a Dilma. As abordagens, no entanto, sempre foram educadas”, declarou ele. Para Cristovam, o vice-presidente Michel Temer – com quem esteve reunido na última quinta-feira, também está preocupado com o aumento da radicalização.

“Quando esse processo for finalizado, precisaremos fazer uma campanha ´aperte a mão de seu adversário´. Começamos com os gritos, passamos para os cuspes, daqui a pouco aparece alguém armado e a coisa não vai parar mais”, preocupou-se ele.

Cid Gomes diz que se provarem que ele é corrupto, o ministro Teori é ‘corno’, Rodrigo Janot ‘ladrão’ e Moro um ‘picareta’

Imagem: Wilson Gomes.Investigado pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, por constar ter recebido R$200 mil de propina da Odebrecht e tendo o codinome de Cid, o Falso, o ex-Governador agrediu a tudo e a todos na ânsia de escapar de um processo nas mãos do juiz Sérgio Moro, já que por não ter mandato não tem foro privilegiado.

“Por isso, por ter a minha consciência tranquila, jamais, vejam bem o que estou dizendo. Eu sou capaz de falar mal do ministro(do Supremo Tribunal Federal responsável pela Operação Lava Jato), Teori Zavascki, eu digo: o Senhor é corno. O Senhor é corno se eu estiver nessa Operação(Lava Jato). O Senhor é corno, corno. É corno. Se eu estiver ele(Teori) é corno. Se eu estiver o Janot é ladrão. Se eu estiver, o Moro é um picareta”, atacou Cid os principais encarregados de investigar a corrupção no Brasil num esforço inútil de intimidá-los.

E concluiu: ” eu não estou nisso, porque eu sou sério. Não é por favor, e quero terminar meus dias com dignidade e vagabundo nenhum pegar na minha munheca. Nunca fiz fortuna. Se tivesse roubado 0.1% do que passou na minha mão eu teria um patrimônio de R$ 300 milhões.”

Escute o áudio

Michel Temer tem 100% de aprovação, mas em Btaaboura

A cidade do Líbano que torce para que Temer vire presidente

BBC

Enquanto no Brasil o vice-presidente Michel Temer (PMDB) enfrenta desconfiança de parte da população – 60% querem sua renúncia, afirma o Datafolha – na pequena cidade de Btaaboura, no norte do Líbano, “sua aprovação é de 100%”, ao menos segundo as contas do prefeito da cidade.

“Nós acompanhamos de perto pela televisão e sabemos da rejeição e acusações que ele enfrenta no Brasil. Mas estamos ao lado dele até o fim. Se Deus quiser, o próximo presidente da República do Brasil será Michel Temer”, diz à BBC Brasil o advogado Bassam Barbar, prefeito da localidade de 700 habitantes.

A explicação para tanta torcida é que o peemedebista tem raízes na pacata cidade. Sua família imigrou para o Brasil em 1924 – ele nasceria em Tietê (SP) 16 anos depois.

Temer visitou Btaaboura em 1997, quando era presidente da Câmara dos Deputados, e em 2011, já como vice de Dilma Rousseff, hoje alvo de um pedido de impeachment. Foi recebido com festa: virou nome de uma rua na entrada da cidade e ganhou uma placa.

Com a possibilidade de que assuma o Palácio do Planalto, uma praça está em construção para uma nova homenagem – cerca de US$ 100 mil (cerca de R$ 350 mil) foram gastos no projeto.

O prefeito rebate as críticas de que seria melhor aplicar a verba em melhorias para a localidade, que tem poucos recursos.

“Gastamos esse dinheiro para também nos orgulharmos de nós mesmos. Porque não temos ninguém em Btaaboura que chegou a um cargo tão grande. Essa praça em homenagem a Michel Temer é algo ainda simples para ele, mas para nós é algo grande”, diz.

Mohamad Chreyteh/BBC

Segundo prefeito, “100% da população da cidade” apoia Temer

Btaaboura tem como principal fonte de renda sua pequena produção de azeitonas e azeite de oliva. Nas ruas, há poucos jovens ou movimentação.

“A maioria das pessoas aqui, principalmente os jovens, estuda e trabalha em Beirute (capital do Líbano, a 75 km dali) ou até mesmo fora do país, e é natural que tenhamos este sentimento por um filho daqui, mesmo que em seu país ele enfrente rejeição ou acusações”, completa Barbar.

‘Apoio incondicional’

O prefeito conta que todos os 700 habitantes do vilarejo, encravado nas montanhas, estão a par de que um “filho” da cidade está no centro das atenções no Brasil.

Não há nenhuma pesquisa para confirmar a estimativa do prefeito, mas, mesmo os moradores ouvidos pela BBC Brasil que disseram não conhecer Temer muito bem declararam seu apoio e entusiasmo com a perspectiva de ele virar presidente.

“Não acompanho as acusações que enfrenta, nem sua vida política, mas a cidade parece não se importar”, diz o dono de empresa de construção Michel El Mir, de 45 anos, que viu o vice em uma de suas visitas à cidade.

“E por que me importaria? Não o conheço, mas o apoio, torço para que seja presidente apenas pelo fato de ele ter origem libanesa.”

O ferreiro Mikhael Bayeh, de 43 anos, disse ter visto na TV que Temer “é controverso (no Brasil)”, mas que isso não impede que os moradores apenas “vejam o lado positivo” do peemedebista.

Arquivo pessoal/BBC

Temer esteve no país em 2011, quando rua com seu nome (grafado incorretamente) foi inaugurada

“Aqui no Líbano, nossos próprios políticos estão envolvidos em corrupção, desvios, nepotismo. E continuam sendo apoiados em suas cidades de origem de forma incondicional”, afirma.

Temer foi citado por delatores na Operação Lava Jato como um dos beneficiários do escândalo de corrupção da Petrobras, o que ele nega.

Imigração

O professor brasileiro Roberto Khatlab, historiador da Universidade de Kaslik, no Líbano, e autor de diversos livros sobre a imigração libanesa, diz ser uma tradição local valorizar figuras de renome internacional com origem ligada ao país.

“A cantora Shakira e a atriz Salma Hayek têm ascendência libanesa, e ambas visitaram no passado suas cidades de origem, sendo recebidas com festa e honras. O bilionário mexicano Carlos Slim, umas das pessoas mais ricas do mundo, também foi recebido com ovação em sua cidade de origem no Líbano”, conta.

Btaaboura, assim como várias outras cidades e vilarejos no Líbano, teve um passado marcado por eventos trágicos e ondas de emigração, acrescenta.

O maior fluxo de pessoas a deixar a região viajou a partir da segunda metade do século 19, principalmente por causa da “opressão, feudalismo, guerras civis, massacres, problemas de ordem econômica, demográfica, política e divergências religiosas”, explica.

“São 10 milhões de libaneses espalhados pelo mundo, e cerca de 4 milhões no Brasil. E os que se tornaram políticos, empresários e artistas de sucesso são recebidos e vistos como vencedores.”

Mohamad Chreyteh/BBC

Família de Elias Bahij Soueid é amiga da de Temer no Brasil

Sem presidente

Apesar de o Líbano estar sem presidente eleito desde maio de 2014 – seus deputados não conseguem chegar a um acordo sobre um novo governante para o país – o Brasil é que está no centro das atenções, conta o prefeito.

“As pessoas aqui acompanham mais a possibilidade do Temer virar presidente do Brasil do que o processo presidencial aqui no Líbano”, diz Barbar.

“Em 2011, quando Temer esteve aqui, disse a ele que, se Deus quisesse, aquela seria a última visita dele como vice-presidente e que nós de Btaaboura o receberíamos em sua próxima visita como presidente da República”.

Hoje, o peemedebista é o principal assunto nas reuniões e churrascos na casa do prefeito, onde já se discute, por exemplo, como será a festa que eles pretendem organizar caso ele realmente assuma a Presidência.

Mohamad Chreyteh/BBC

Primo do vice esteve no Brasil em 1997

Entre os frequentadores dos encontros está o eletricista brasileiro Elias Bahij Soueid, de 70 anos. Nascido na mesma Tietê de Temer, ele migrou para a terra de sua família aos 17 anos. Lá, casou-se com uma libanesa e teve três filhos.

“Gosto muito dele (Temer), apesar do que dizem sobre ele no Brasil. Acho que pode ajudar o Brasil se virar presidente”, diz.

Sua família é amiga da de Temer desde os tempos de Tietê. “Ele e sua família sempre iam lá em casa, ele era amigo do meu pai. Quando ele veio para cá, em 1997, me reconheceu e trocamos algumas palavras.”

Em frente à antiga casa da família de Temer, construída com as pedras de cor ocre típicas do Líbano, Soueid conta que voltou ao lugar em mais de 60 anos. Mas, para a população, o prédio é um símbolo de que habitantes de Btaaboura podem fazer sucesso no exterior, afirma.

Ao lado da casa, o engenheiro civil Nizar Temer, 65, primo do vice, lembra da viagem que fez a Brasília, em 1997, quando visitou o Congresso Nacional.

“Achei o lugar bastante bonito e grande. Meu primo era então presidente da Câmara e me levou para conhecer o local”, mostrando um retrato que tirou com o peemedebista na época.

Ele diz monitorar as notícias sobre o atual momento político brasileiro e estar confiante de que o primo chegará ao Planalto.

Governo diz que reajuste do Bolsa Família já estava previsto no orçamento de 2016

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) informou há pouco que o reajuste dos benefícios do programa Bolsa Família, anunciado neste domingo pela presidente Dilma Rousseff, já estava previsto no orçamento deste ano. Sem detalhar o impacto fiscal do reajuste médio de 9%, a Pasta afirmou, por meio de nota, que a dotação do Bolsa Família em 2016 é de R$ 28,1 bilhões, integralmente preservada na programação financeira do ministério.

Com a correção autorizada por Dilma, o benefício médio pago às 13,8 milhões famílias do programa de transferência de renda poderá alcançar R$ 176 mensais, valor 9% maior do que o benefício médio pago em abril.

A alteração nos valores será efetivada por um decreto presidencial. Será autorizado reajuste de 6,5% da linha de extrema pobreza do País, indo de R$ 77 para R$ 82. “A linha da extrema pobreza, instituída no Plano Brasil sem Miséria, garante a complementação da diferença entre esse valor e a renda declarada pela família”, informa a Pasta.

O mesmo porcentual será aplicado à linha da pobreza, que estabelece o limite de renda de acesso ao benefício do Bolsa Família. Com isso, poderão ter acesso ao benefício famílias com renda de até R$ 164 mensais por pessoa. Até agora, o valor está em R$ 154.

Articulado por Jucá, Renan pulou para o lado de Temer

O presidente do Senado não teve êxito. Mas, por instinto de sobrevivência e para aplacar os ânimos após um bate-boca público com o vice, ele começou a articular em janeiro uma chapa única para o comando do PMDB. No mês seguinte, Temer foi mantido e Renan emplacou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) na primeira vice-presidência da legenda. Aliado de ambos, Jucá – ungido agora a presidente em exercício do partido e futuro ministro do Planejamento de Temer – e Eunício Oliveira – reeleito tesoureiro da legenda – são os dois principais artífices da aproximação. “Ele vai vir para o nosso lado”, disse Jucá ao Estado, após a decisão.

No encontro da semana passada, Renan já acertou inaugurar a agenda de Temer no Congresso na próxima semana. Ele também se comprometeu com o vice a, tão logo ele assuma, convocar o Congresso para aprovar a revisão da meta fiscal para evitar a paralisia da máquina pública federal.

Renan discutiu ainda a votação de proposta que concede autonomia formal para escolha da diretoria do Banco Central.

Aliados do peemedebista dizem que a composição com Temer tem por objetivo garantir a Renan espaço na legenda após fevereiro de 2017, quando deixará a presidência do Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisa Vox Populi aponta crescimento da rejeição a Temer e impeachment

Nova pesquisa Vox Populi avaliou o sentimento dos brasileiros depois que a Câmara dos Deputados aprovou, no dia 17 de abril, a abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. O processo foi encaminhado para análise do Senado.

Para 32% o Brasil vai piorar se o vice-presidente Michel Temer assumir no lugar de Dilma; 29% acreditam que o desemprego vai aumentar; 34% preveem piora em relação aos programas sociais; e 32% acreditam que perderão direitos trabalhistas.

A avaliação negativa de Temer ficou em 62% (era 61% na pesquisa anterior). O percentual dos que não consideram que o impeachment é a melhor solução para o país aumentou para 66%, contra 58% do levantamento realizado entre 9 e 12 de abril.

A maioria não acredita que a vida vai melhorar no caso do Senador aprovar o processo e Temer assumir: 33% acham que nada vai mudar no Brasil, 36% consideram que nada vai mudar em relação ao desemprego e o mesmo percentual em relação a programas sociais e 35% em relação a direitos trabalhistas.

Grupo faz ato em defesa do deputado Jair Bolsonaro em Recife

Por Marcelo Montanini
Da Folha de Pernambuco

Cerca de 40 pessoas realizam neste domingo (1º) um ato em defesa do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em frente à Padaria Boa Viagem, na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Com cartazes de “Fora Corruptos”, “Fora Comunismo” e “Bolsonaro Presidente”, os manifestantes ouviam discurso do parlamentar e músicas em homenagem a ele. Alguns motoristas, que passavam pelo local, buzinavam em crítica, outros a favor.