Três das cinco famílias mais ricas da América Latina são brasileiras, de acordo com a revista de economia Forbes.
E ser dona total ou parcial de uma cervejaria parece ser uma boa estratégia, já que a mesma proporção da lista (três quintos) deve sua fortuna a essa indústria.
Apesar das dificuldades econômicas pelas quais a América Latina tem passado nos últimos anos, os membros das dinastias empresariais mais poderosas do continente acumulam patrimônios que ultrapassam o PIB (Produto Interno Bruto) de alguns países da região.
Cerveja
A mais recente lista de grandes fortunas familiares compiladas pela publicação americana indica que o homem mais rico da América Latina é o empresário mexicano Carlos Slim, magnata das telecomunicações, cuja fortuna é avaliada em US$ 50 bilhões. Ele é seguido na lista pelo brasileiro Jorge Paulo Lemann, um dos acionistas da maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Busch InBev, avaliado em US$ 27,8 bilhões.
Em terceiro está o banqueiro Joseph Safra (17,2 bilhões), à frente da família colombiana Santo Domingo, cuja fortuna acumulada pela participação acionária na segunda maior cervejaria do mundo, a SAB Miller, é estimada em US$ 14 bilhões.
No final de março, Safra foi acusado pelo Ministério Público Federal, como parte da Operação Zelotes, de pagar propina de R$ 15 milhões para obter decisões favoráveis no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), órgão ligado à Receita no Brasil. O banqueiro nega as acusações.
O top 5 é fechado por outro magnata da bebida, Marcel Hermann Telles, sócio de longa data de Lemann e dono de 5% da Anheuser-Busch InBev.
A fortuna de Slim equivale aproximadamente ao PIB de El Salvador.
No final do ano passado, a Anheuser-Busch InBev anunciou a compra da SAB Miller, em uma transação envolvendo mais de US$ 98 bilhões. Uma transação que ainda precisa da aprovação das autoridades regulatórias de uma série de países, incluindo EUA, União Europeia e China.
Se aprovada, a compra deverá render um bom dinheiro para Telles e ajudá-lo a escapar da “perseguição” da família Marinho, que com as fortunas acumuladas de Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto, leva o clã dominante da mídia brasileira ao posto de sexta família mais rica da América Latina, segundo a Forbes, com fortuna calculada em US$ 12,9 bilhões.
A família Sicupira, capitaneada pelo investidor Carlos Alberto Sicupira, também faz parte das latino-americanas que acumulam acima de US$ 10 bilhões.
Assim como Lehmann e Telles, Sicupira também tem ações na Anheuser-Busch InBev