Eduardo Cunha começou a atacar seus adversários

Deputado Júlio Delgado

DANIELA LIMA
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) planejam um contra-ataque a parlamentares que trabalham para acelerar sua cassação no Conselho de Ética da Câmara.

O plano da tropa de choque de Cunha é pedir a abertura de processo contra Delgado no Conselho de Ética, sob a alegação de que ele mentiu ao dizer que não recebeu recursos da UTC, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato, em 2014. A tese será sustentada por um registro da Justiça Eleitoral que aponta uma doação de R$ 100 mil para ele.

Os aliados de Cunha planejam usar uma fala de Delgado para sustentar que ele mentiu. Em discurso na CPI da Petrobras, em setembro de 2015, o deputado acusou o dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, de ter mentido por citá-lo em delação como destinatário de dinheiro da empreiteira.

“Nem um centavo da sua empresa foi destinado à minha campanha de reeleição para essas eleições.” Ele afirmou ainda que esteve com Pessoa como presidente do PSB de MG e que os R$ 150 mil doados pela empresa foram para o partido, mas que ele próprio não estava entre os beneficiários.

Na segunda parcial da prestação de contas de Delgado à Justiça Eleitoral, no entanto, consta uma doação de R$ 100 mil da UTC à sua campanha. O valor está registrado no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como contribuição feita para o PSB de Minas e, depois, remetida ao deputado.