BRASÍLIA – A defesa do presidente Michel Temer (PMDB) entrou com recurso na noite de terça-feira (5) no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo novamente a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Na semana passada, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no tribunal, rejeitou o pedido. Ao negar o pedido da defesa, Fachin afirmou que não há argumentos para justificar a suspeição do procurador-geral. Para a defesa do presidente, a motivação de Janot é pessoal.
O movimento se dá depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciar que determinou abertura de investigação de indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no acordo de executivos da JBS.
O problema surgiu após os delatores da JBS entregarem à Procuradoria-Geral da República (PGR) novos áudios de conversas gravadas secretamente. A delação da JBS serviu como base para a PGR oferecer a primeira denúncia contra o presidente.
Michel Temer viu enfraquecimento político de Janot ao ameaçar o cancelamento da delação premiada da JBS. Mas o presidente avalia que as investidas da Procuradoria seguem e que a apresentação de uma segunda denúncia contra ele será inevitável.
O Planalto acredita que a repercussão da decisão de Janot sobre a delação da JBS é “ótima” para o governo, pois terá reflexo político direto entre os parlamentares que irão votar o prosseguimento da segunda denúncia contra o presidente na Câmara.