Arquivo diários:17/09/2017

Alimentos podem ter 1ª deflação anual desde 2006

Estadão Conteúdo

Com as recentes quedas nos preços de alimentos, economistas já preveem que o conjunto de preços de alimentação no domicílio, que representa pouco mais de 16% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), termine 2017 no nível mais baixo desde o Plano Real. A oferta abundante por causa da safra inédita de grãos é a principal explicação.

Depois de fechar com altas de 10,38% em 2015 e de 9,4% em 2016, o segmento de alimentação no domicílio deve terminar o ano negativo, podendo ficar entre -3% e -4%, segundo analistas. A última vez que houve deflação nessa categoria foi em 2006, de -0,13%, o resultado mais baixo da série do IBGE, iniciada em 1994. Esse cenário contraria a estimativa mais otimista do início do ano, de alta de 2%. O câmbio comportado também vem permitindo cenário mais favorável para os preços de alimentos e, em magnitude menor, a recessão e até a crise deflagrada pela JBS.

Para alguns, esse resultado pode fazer o IPCA fechar o ano abaixo de 3%, a banda inferior da meta de inflação (4,5%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo). Essa marca seria a menor desde 1998 (1,65%). A forte deflação esperada para a categoria de alimentos em casa, que recuou 5,19% em 12 meses até agosto, deve influenciar outros preços. O feijão carioca caiu 28% de janeiro a agosto. O arroz, que subiu 16,16% em 2016, já recuou 8,58% neste ano.

Retração

O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otavio Souza Leal, vê bastante chance de a inflação terminar abaixo de 3% em 2017, embora sua projeção atual seja de 3,10%. Ele estima uma deflação de 3,7% em alimentação no domicílio, número que não tinha em suas planilhas no começo do ano.

Para o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, a “inércia boa” trazida pela forte deflação de alimentos no IPCA acumulado em 12 meses deve perdurar nos outros preços da economia, puxando a inflação toda para baixo.

O próprio Banco Central (BC), afirmou, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, que “essa queda intensa dos preços de alimentos constitui uma substancial surpresa desinflacionária”. Segundo a ata, o recuo do grupo responde por parcela relevante da diferença entre as projeções de inflação para 2017 e a meta de 4,5%. Em 12 meses até agosto, o IPCA acumula 2,46%.

Dodge escanteia Telles da Lava Jato

Rodrigo Telles 2
Telles está fora da Lava Jato e deverá ir para uma “missão especial” longe do RN

Raquel Dodge já interferiu com força no Ministério Público Federal do RN, sabendo que o procurador Rodrigo Telles é pessoa de total confiança do grupo de Janot, e que o dito cujo é suspeito de perseguir o senador José Agripino, a nova procuradora-geral da República já passou a caneta afastando Telles.

Segundo uma fonte do soldado Vasco, o procurador Telles poderá ser designado para uma “missão espacial” junto ao Ministério do Meio Ambiente para acompanhar alguns procedimentos em reservas naturais na amazônia, mais precisamente na Reserva Nacional do Cobre e Associados.

A Revista Época, deste final de semana, disse que Agripino  incomodado com a atuação de Telles, pediu a cabeça dele a Janot no começo do ano, segundo o procurador-geral comentou com três interlocutores após o contato do senador.  Recentemente, já escolhida por Temer como substituta de Janot, Raquel Dodge anunciou como seu vice o procurador Luciano Maia, primo de Agripino.

Minuta de portaria a ser publicada por Raquel Dodge trocando a equipe da Lava Jato na PGR (Foto: Reprodução)
Minuta de portaria a ser publicada por Raquel Dodge trocando a equipe da Lava Jato na PGR (Foto: Reprodução)

Até, sexta-feira (17), Telles e Fernando Antonio de Alencar acreditavam que continuariam  na Lava Jato. Souberam que estavam fora em razão do vazamento das portarias com a exclusão deles. Após o vazamento, José Alfredo informou a Telles que “havia resistência” ao nome dele, sem dar detalhes.

“Existem estruturas estatais caras e inúteis; o Ministério Público do Trabalho é pior que isso”, disparou Flávio Rocha comentando matéria do Blog do Primo

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Empresários do Grupo Guararapes Nevaldo Rocha e seu filho Flávio Rocha são os maiores empregadores do RN

O ex-deputado federal e maior empresário do RN, Flávio Rocha, não tem poupado críticas ao Ministério Público do Trabalho no RN. As declarações são motivadas pela iniciativa do Ministério Público do Trabalho em mover uma Ação Civil Pública multando o Grupo Guararapes em R$ 38 milhões alegando ilegalidade na contratação de serviços de confecções aos empresários facciosistas do interior do RN.

Ao comentar post do nosso modesto mais independente Blog do Primo, Flávio classificou o MPT como “caro e inútil”, ainda disse que é uma instituição “nociva” e que “quanto mais Ministério Publico do Trabalho, mais desemprego e menos prosperidade”.

Foi a declaração mais dura já vista contra o MPT no Brasil. Existe um grande movimento no Brasil para acabar com a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho  que são considerados caros e servem apenas para travar a geração de empregos, é o que dizem os partidários da extinção numa reforma legislativa que deverá ser apresentada no Congresso Nacional. O deputado Federal Rogério Marinho tem sido o grande defensor da tese em Brasília. cropped-cropped-cropped-Blog-logo1.png

FR MPU 2 FR MPT 3

“Não posso admitir juiz em filme com tapete vermelho, emitindo nota para imprensa…”, diz ministro do STJ

Publicado no Conjur

O Ministério Público e a polícia usam a imprensa com o intuito claro de criar pano de fundo favorável à acusação em processos e para defender projetos de lei absurdamente imorais, aproveitando-se da sanha acusatória que toma conta do país. Com isso, qualquer um que discorde dos órgãos de acusação é tachado como inimigo, cúmplice de bandido e favorável à corrupção.

A constatação é do ministro Sebastião Reis, do Superior Tribunal de Justiça, que fez duras críticas à omissão das instituições em relação ao que classifica como “vazamentos seletivos” de processos. “Vejo o Ministério Público, que prega e defende a tolerância zero, silenciando quando procedimento sigiloso é tornado público”, afirma.

Em palestra organizada pelo Instituto Victor Nunes Leal, ele afirmou que há um silêncio “assustador” em órgãos que deveriam protestar contra essa atuação, mas se calam e, pior, muitas vezes aplaudem e incentivam esse tipo de procedimento. “Vejo a Ordem dos Advogados do Brasil se calando e em várias oportunidades pedindo que documentos ocultos sejam tornados públicos”, discursou, aplaudido por todos os presentes, entre eles, os ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal Cezar Peluso, Ayres Britto e Sepúlveda Pertence.

Ele lamentou que esse tipo de prática também esteja presente no Judiciário e citou casos em que tornam público um documento porque ele já foi divulgado de forma informal. “É um contrassenso, pois dizem que não adianta preservar como oculto algo que já foi noticiado, mas nenhuma atitude é tomada em relação ao vazamento, [nem para investigar] quem é o responsável ou, ao menos, medidas para complicar, controlar esse tipo de situação”, observou.

A omissão das instituições, apontou, levou o Brasil a uma situação absurda, onde as pessoas precisam ter coragem para defender o que acham justo. A presunção de inocência, segundo ele, acabou. E um dos motivos disso é uso indevido da mídia por instituições. “Quem é exposto na imprensa, independente se de maneira justa ou injusta, do dia para noite está condenado”, lamentou.

Ele acredita que a internet piorou esse quadro: “Os sites nunca mais vão apagar qualquer tipo de investigação que houve contra você. Se digitar o nome da pessoa, vai aparecer. E eventuais desmentidos, conclusões negativas em processo, são divulgadas de forma fria, gélida até a contragosto, sem ocupar o mesmo espaço da ocasião da acusação.”

É estranho um país onde se lê reportagens sobre a aprovação pública dos ministros da corte constitucional, afirmou. Para Reis, isso é prejudicial para o devido processo legal, porque parece que o juiz deve decidir pensando no que a população vai achar da decisão, na repercussão positiva, em vez de exercer a função com consciência e decidir de acordo com o que entende.

Magistrados no tapete vermelho

O ministro, que compõe a 6ª Turma do STJ, responsável por processos criminais, se disse chocado com uma cena que viu no STF recentemente, onde repórteres faziam fila na porta da assessoria para obter informações sobre “alguma dessas famosas lista”.

“Conversando com advogados, eles diziam que não haviam tido acesso e a única forma para conseguir aquilo era pedindo a um repórter, porque no tribunal não era possível. É nesse mundo que vivemos. Essa situação que poucas vozes ousam questionar e quem o faz certamente será massacrado, tachado de bandido”, frisou.

Hoje em dia, não é mais necessário ter coragem para prender alguém, mas para absolver um inocente, criticou. Ao lembrar de seu pai, Sebastião Reis, um dos 70 primeiros juízes federais do país, ele disse que os tempos atuais “são loucos”. “Não estamos mais no tempo dele, quando juízes falavam nos autos e evitavam maior contato com a imprensa”, afirmou.

Reis reconhece que há a necessidade de o magistrado se comunicar com a imprensa, participar de eventos, mas afirmou que é preciso fazê-lo com responsabilidade. “Não posso admitir e concordar com juiz emitindo nota para a imprensa, vídeos na internet, filme com tapete vermelho, dando entrevista para falar não de casos que poderá vir a apreciar, mas de casos que já está examinando naquele momento”, criticou.

E, nesse contexto, há situações em que o magistrado se vê obrigado a “ser parceiro da imprensa” para ter apoio e não ser objeto de critica. “Assim, o juiz começa a decidir de acordo com o que o povo quer ouvir, no que a imprensa quer ouvir, naquilo, vamos dizer, chamado de politicamente correto, mesmo que não seja o que está imposto na lei, não reflita o que está no processo”, pontuou.