O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, pediu “coesão” em palestra a cerca de cem generais da ativa e da reserva, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 26, de acordo com alguns oficiais presentes. Em sua fala, de 50 minutos, Villas Bôas repetiu que preferiu não punir o general Antonio Hamilton Martins Mourão por declarações a favor da intervenção militar para evitar um racha na corporação e evitar sua vitimização.
De acordo com presentes, Villas Bôas foi questionado pelo general Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, ex-presidente do Clube Militar e ex-comandante da Amazônia, sobre o uso político da Força. O comandante do Exército respondeu dizendo que todo emprego das tropas tem caráter político, e que a Força não pode se limitar a se preparar para combater o inimigo externo.
Para Villas Bôas, diante da gravidade da segurança pública, por exemplo, os militares não têm como se negar a participar de atividades preventivas. Ações como a que está acontecendo atualmente no Rio, segundo ele, não acontecem por iniciativa própria do Exército. O conceito de que as Forças Armadas têm de estar à disposição para atender demandas da sociedade é universal, explicou.
O comandante do Exército ressaltou, no entanto, que tem apontado, junto ao Ministério da Defesa, a importância de se limitar o uso de força militar em situações como a do Rio. Na opinião de Villas Bôas, a presença dos militares em operação de rua deve se limitar ao apoio às forças de segurança estaduais.
Após a reunião, o comandante do Exército publicou uma foto e uma mensagem no Twitter sobre o encontro com os generais: “Estive com oficiais generais da ativa e da reserva no RJ. O objetivo foi orientar, pessoalmente, os integrantes do @exercitooficial. #Coesão”.
O general usa com frequência as redes sociais. No Twitter, tem 26,2 mil seguidores.