Procuradoria pede explicações sobre funcionária fantasma de Bolsonaro

Por Luísa Martins e Isadora Peron | Valor

BRASÍLIA  –  A Procuradoria da República no Distrito Federal pediu esclarecimentos ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o caso da suposta funcionária fantasma do gabinete de Jair Bolsonaro (PSL) – deputado que foi eleito presidente da República neste domingo (28).

O órgão investiga o caso desde setembro, em procedimento que tramita em segredo de justiça. Bolsonaro poderá ser responsabilizado por improbidade administrativa.

Em janeiro, o jornal “Folha de S. Paulo” revelou que Bolsonaro usou verba de seu gabinete para pagar o salário de uma assessora chamada Walderice Conceição, conhecida como Wal. Porém, a suposta funcionária vende açaí e cupuaçu em Angra dos Reis (RJ).

Em agosto, depois de novamente flagrada em seu pequeno negócio na praia, ela foi exonerada. Bolsonaro tem negado irregularidades, alegando que ela estava de férias em janeiro, mas sem dar explicações sobre o mês de agosto.

Walderice era secretária do gabinete do deputado na Câmara há 15 anos, com salário de, em média, R$ 1,4 mil. Em tese, precisaria cumprir jornada exclusiva de oito horas diárias.

Se eventualmente condenado por improbidade, Bolsonaro pode ter seus direitos políticos suspensos e perder a função pública. No entanto, depois de diplomado presidente, ele não pode ser responsabilizado por crimes cometidos fora do cargo.

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