Arquivo diários:16/07/2020

Maioria dos Brasileiros acham que o STF decide politicamente

Levantamento nacional realizado pelo instituto Paraná Pesquisa apurou que a credibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) está perto do fundo do poço: quase 60% dos brasileiros (59,9%) consideram que os ministros da Corte decidem politicamente, ignorando aspectos técnicos dos processos que julgam. O Paraná Pesquisa consultou 2.395 eleitores em 170 municípios dos 26 estados e do DF, entre 11 e 15 deste mês.

Apenas 31% dos entrevistados atribuem credibilidade técnica ou jurídica às decisões do STF, enquanto 9,1% não sabem ou não quiseram opinar.

A campo da pesquisa se deu durante os dias em que repercutiu o ataque do ministro Gilmar Mendes ao Exército, associando-o a “genocídio”.

Especialistas em pesquisas acham que a reputação do STF está ruim mesmo, mas “a última do Gilmar” contribuiu para piorar essa situação.

A coluna solicitou um comentário do ministro Dias Toffoli sobre números tão desfavoráveis da pesquisa, mas o presidente do STF não respondeu.

CLÁUDIO HUMBERTO

Decreto de Bolsonaro proíbe queimadas no Brasil por 120 dias

Conforme antecipado na última semana, o governo federal editou um decreto que proíbe queimadas em todo o país por 120 dias. A medida, que passa a vigorar imediatamente, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (16).

Assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, o ato suspende a permissão do “emprego do fogo” em todo o território nacional durante o período, com exceção de quatro hipóteses:

1) práticas de prevenção e combate a incêndios realizadas ou supervisionadas por instituições públicas responsáveis;
2) práticas agrícolas de subsistência executadas por populações tradicionais e indígenas;
3) atividades de pesquisa científica realizadas por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT). desde que autorizadas pelo órgão ambiental competente;
e 4) controle fitossanitário, desde que autorizado pelo órgão ambiental competente.

Além dessas exceções, o governo também permite “queimas controladas” em áreas não localizadas na Amazônia Legal e no Pantanal, desde que a ação seja “imprescindível para a realização de práticas agrícolas e haja uma autorização prévia de órgão ambiental estadual.

Pressão internacional

A publicação do decreto acontece em momento de fortes questionamentos sobre a preservação das florestas brasileiras, em especial a Amazônia. Após críticas públicas de investidores internacionais e indicações de boicote a produtos brasileiros, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) concentrou esforços em mostrar ações do governo federal contra o desmatamento.

Em uma agenda que incluiu reuniões com investidores e uma audiência no Senado, o vice-presidente da República, que também é presidente do Conselho da Amazônia, reconheceu que o desmatamento ilegal cresceu na Amazônia, mas citou ações do governo para controlar queimadas.

Na última semana, o governo federal prorrogou estendeu para até 6 de novembro de 2020 o período de atuação das Forças Armadas na Garantia de Lei e Ordem (GLO) no combate ao desmatamento ilegal e a focos de incêndio na Amazônia Legal. A ação das Forças para conter delitos ambientais teve início em 11 de maio. Originalmente seria cumprida até 10 de junho e, posteriormente, foi prorrogada até 10 de julho antes de se estender até novembro.

Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, os dados recentes da Plataforma de Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam grande quantidade de focos de queimadas  no primeiro semestre deste ano, não apenas na Amazônia, mas também em outros biomas, como o Pantanal.

O governo avalia ainda que, historicamente, a maior incidência de focos de queima nessas regiões ocorre entre os meses de agosto e outubro, o que justifica a proibiçã. Além disso, a previsão climática do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos para os meses de julho, agosto e setembro indica período de forte estiagem, motivo pelo qual tornou-se urgente a adoção da suspensão das queimadas para conter e reduzir a ocorrência de incêndios nas florestas brasileiras.

CNN BRASIL