Arquivo diários:25/07/2020

Parcialidade de Moro justificaria sua suspeição em qualquer país, diz Ferrajoli


O jurista italiano Luigi Ferrajoli, um dos mais importantes teóricos do garantismo penal, afirmou que a “explícita falta de imparcialidade” do ex-juiz Sergio Moro justificaria sua suspeição em qualquer país do mundo. A declaração foi feita em entrevistapublicada pela edição da Folha de S. Paulo neste sábado (25/7).
Ao jornal, o ex-juiz e professor emérito de Filosofia do Direito da Universidade Roma Tre criticou o que considerou uma visível confusão entre acusação e órgão julgador durante a condução da “lava jato”; disse que o caso Lula faz a operação mãos limpas parecer garantista; e que o Tribunal do Júri não é um procedimento justo para processar acusados de crimes graves.

“No caso da condenação do ex-presidente Lula, as violações das garantias do devido processo legal foram, desde o início, massivas. Em qualquer outro país, o comportamento do juiz Moro justificaria sua suspeição, por sua explícita falta de imparcialidade e pelas repetidas antecipações de julgamento”, disse.

Para ele, não há dúvida de que os julgamentos italianos do início dos anos 1990 tenham cometido indubitáveis “excessos antigarantistas”, como o abuso de prisões preventivas e o excessivo protagonismo da figura do delator.

No entanto, prossegue, comparados com a atuação de Moro e dos procuradores do MPF em Curitiba, os julgamentos na Itália “parecem um modelo de garantismo”. “Neles, nunca houve confusão entre juiz e acusação: as limitações da liberdade na fase de instrução e, obviamente, as sentenças sempre foram decididas por juízes independentes que, muitas vezes, rejeitavam os pedidos da acusação por considerar que eles não eram fundados em provas suficientes”, disse.

Não é a primeira vez que Ferrajoli critica a atuação de Moro e dos procuradores do Paraná. Em carta publicada na ConJur em 2018, ele expressou preocupações com o “singular traço inquisitório do processo penal brasileiro” e a confusão “entre o papel julgador e o papel de instrução”.

“A impressão que este processo desperta em extenso setor da cultura jurídica democrática italiana, é aquela de uma ausência impressionante de imparcialidade por parte dos juízes e procuradores que o promoveram”, afirmou na ocasião.

Suspeição
Ao que tudo indica, a ação sobre a suspeição de Moro, em análise na 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, deve ser julgado ainda este ano. Se o ex-magistrado da 13ª Vara Federal de Curitiba for considerado suspeito, os processos do ex-presidente Lula voltam à fase de denúncia e o petista poderá voltar a se candidatar.

O processo contra Moro foi ajuizado depois que o site The Intercept Brasil revelou trocas de mensagens entre ele e procuradores da autointitulada “força-tarefa da lava jato” em Curitiba. Nas conversas, as funções de acusação e julgamento se confundem.

O ex-juiz, por exemplo, orientava o trabalho dos procuradores e cobrava eficiência por parte da “força-tarefa”, chegando até mesmo a ordenar operações de busca e apreensão na casa de suspeitos sem provocação do Ministério Público.

Em 2016, Moro chegou a receber uma manifestação inacabada do MP. Depois de ser cobrado pelo ex-juiz, o procurador Deltan Dallagnol enviou a peça sem revisão para que Moro pudesse adiantar uma sentença.

Rio suspende festa de Réveillon; Carnaval está ameaçado

Riotur vai apresentar celebração do Ano-Novo para plataformas digitais e televisão
Daniela Amorim

A pandemia do novo coronavírus levou a Prefeitura do Rio de Janeiro a cancelar a tradicional festa de Réveillon, que costuma atrair milhões de pessoas para a orla de Copacabana, na zona sul da cidade. O Carnaval também está sob risco, caso não uma vacina contra a covid-19 não esteja disponível até fevereiro.
“Com relação ao Réveillon, esse modelo tradicional que conhecemos e que praticamos na cidade há anos, assim como o Carnaval, não é viável neste cenário de pandemia, sem a existência de uma vacina”, justificou a prefeitura, em nota.

No texto, o governo municipal menciona que os festejos pela chegada de 2021 podem acontecer de diferentes formas, que não a tradicional. A Riotur, empresa de turismo do município, apresentará ao prefeito Marcelo Crivella nos próximos dias outros formatos possíveis para o evento da virada, sem presença direta de público, com transmissão pela televisão e plataformas digitais, “preservando prioritariamente a segurança das pessoas e considerando também uma atmosfera de reflexão e esperança diante de tantas perdas sofridas”.

A Riotur afirma que todas as possibilidades em análise teriam viabilidade financeira focada 100% na iniciativa privada, uma vez que os recursos municipais teriam como prioridade o combate à pandemia.

Quanto ao Carnaval de 2021, a Riotur informa que, atendendo ao pedido da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), não abriu a venda de ingressos para o setor turístico do Sambódromo. O órgão aguarda a próxima assembleia da Liesa, que definirá o rumo dos desfiles e comunicará à Prefeitura do Rio, diz a nota.

Tampouco há definição para o Carnaval de rua no Rio, “já que o planejamento deste evento é naturalmente complexo e, no cenário atual, requer cuidados especiais”, lembra a Riotur.

E daí que 85 mil morreram? Ema, ema, cada um com seus problemas

Não está sendo fácil viver no país da cloroquina, da pandemia e das falsas polêmicas
Marcelo Tieppo
Presidente Jair Bolsonaro no jardim do Palácio da Alvorada alimentando as emas e mostranda a caixa do remédio cloroquina para as emas, a mesma caixa que mostrou para os apoiadores no ultimo domingo 19/07. Sérgio Lima/Poder360

E daí que 85 mil já se foram pelo coronavírus? A falta de empatia é tanta que recentemente um gênio da raça postou em uma rede social que o número é grande, mas que representava apenas 0 vírgula sei lá o quê da população. Sim, ele não deve ter perdido nenhum parente ou amigo. Então, não tem importância. São apenas
É a lógica de quem quer provocar o falso dilema entre o trabalho e a vida. Como o presidente nunca combateu a pandemia e se agarrou a um remédio que nunca funcionou, a população ficou abandonada. Dá pra entender o desespero pelo desemprego. Quem poderia ajudar, lavou as mãos e entregou pra Deus. Afinal ele não é coveiro né e todo mundo vai morrer um dia.

Ema, ema, ema, cada um com seus problemas não é mesmo? O lema de Jairzinho. Como a cloroquina não serve pra nada, o garoto-propaganda do Planalto tentou empurrar o remédio até para as emas. Tomou umas bicadas merecidamente. O instinto animal de sobrevivência nunca falha.

Não está sendo fácil. Até no futebol, que, por sinal, não deveria ter voltado. A polêmica da vez é se o São Paulo deve entregar o jogo para o Guarani para eliminar o Corinthians. Claro que não deve, mas se perder, vão dizer que entregou. Só tem um detalhe nessa história: como diria Garrincha, o Corinthians já combinou com os russos do Oeste que vai vencer o jogo?

Sindicato dos Médicos emite nora criticando a interferência política no uso de medicamentos para o Covid-19

O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte, entidade de representação sindical dos médicos do Estado tem acompanhado a grave crise de saúde pública que atinge o Brasil e o mundo. Estão sendo feitos esforços científicos para se chegar ao tratamento definitivo e a uma vacina, entretanto estes estudos randomizados não são de resultado imediato e demandam tempo imprevisível, certamente o vírus não vai aguardar estes resultados, ele avança e mata.

Os resultados da pesquisa científica devem ser seguidos por todos, porém na situação em que estamos deve prevalecer o bom senso, a praticidade, a experiência clínica e a observação. Agregado a isto temos presenciado intensa interferência política partidária e ideológica por setores radicais. Apesar disto o trabalho médico tem se dado com muita competência e qualidade. Os medicamentos off label, prescritos pelos médicos (as), reconhecidos há décadas a sua utilidade, tem sido usado em vários protocolos para profilaxia e tratamento precoce. Alertamos a população que a qualquer sintoma que sentir deve procurar o médico (a).

O médico (a) deve seguir rigorosamente o que dispõe o Princípio VIII do Código de Ética Médica: “O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar a sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho”.

É direito do médico (a) frente ao paciente que lhe procura, ter total autonomia para prescrever a medicação adequada para o diagnóstico que fará, dando conhecimento ao paciente ou seu representante legal e com o seu consentimento. Entendemos que toda a medicação que o médico (a) prescrever deverá estar à disposição tanto no setor público (SUS), quanto no privado. O Sinmed RN, em concordância com as posições expressadas pela Associação Médica e Conselho Regional de Medicina do RN, incita a todos os envolvidos que deixem os médicos (as) e demais profissionais da saúde trabalharem para salvar vidas, cumprindo suas missões.

Ouro ultrapassa US$ 1.900 e Mobius recomenda ‘comprar agora’

(Bloomberg) — O ouro à vista superou a marca de US$ 1.900 a onça pela primeira vez desde 2011, se aproximando do recorde em meio às tensões políticas e preocupação sobre o crescimento global que impulsionam a demanda por ativos seguros.

Sinais crescentes de que a prolongada pandemia de coronavírus está paralisando a recuperação econômica e a recente escalada das tensões entre EUA e China reforçam o apelo do metal precioso. O ouro caminha para o sétimo ganho semanal, o maior período de valorização desde 2011, enquanto a prata se prepara para a maior alta semanal em cerca de quatro décadas.

Ranjeetha Pakiam

Taxas de juros reais negativas, dólar mais fraco, impacto do custo econômico da crise de saúde e incertezas geopolíticas podem levar ambos os metais preciosos ao maior ganho anual em uma década. O UBS elevou a previsão de curto prazo para o ouro, que segundo o banco deve atingir US$ 2.000 a onça até o final de setembro, citando as qualidades do metal como diversificador em um cenário de juros baixos.

Fundos de metais preciosos registraram entradas de investimento de US$ 3,8 bilhões na semana até 22 de julho, o segundo maior valor semanal de todos os tempos, disseram estrategistas do Bank of America com base em dados da EPFR Global.

“Quando as taxas de juros são zero ou quase zero, o ouro é um veículo atraente, porque você não precisa se preocupar em não obter juros sobre seu ouro. E vê que o preço do ouro vai subir à medida que a incerteza nos mercados aumentar”, disse Mark Mobius, cofundador da Mobius Capital Partners, em entrevista à TV Bloomberg. “Eu compraria agora e continuaria comprando.”

O ouro à vista subiu 0,8%, para US$ 1.901,81 a onça às 10:15 em Nova York. As cotações se aproximam do recorde de US$ 1.921,17 em setembro de 2011. A prata à vista também avançou, elevando o ganho semanal para 18%, o maior desde 1980.

Na frente geopolítica, o secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, taxou líderes da China de tiranos que buscam a hegemonia global. Seus comentários seguiram a inesperada ordem dos EUA para que a China fechasse seu consulado em Houston, alegando anos de espionagem direcionada pelo complexo diplomático. O governo de Pequim negou as acusações e, na sexta-feira, ordenou que os EUA fechassem seu consulado na cidade de Chengdu, no sul da China.

Também nos radares dos investidores está a perspectiva de novas medidas de política fiscal e monetária, pois o caminho para a recuperação econômica permanece incerto. Nesta semana, líderes da União Europeia fecharam um acordo para um pacote de estímulo sem precedentes no valor de 750 bilhões de euros, enquanto o Federal Reserve se reúne na próxima semana para decidir se serão necessárias mais medidas de estímulo.

Embora haja mais necessidade do que nunca de manter os gastos dos governos, o dinheiro extra sendo impresso provavelmente levará investidores a aumentarem a exposição ao ouro, disse Jake Klein, presidente do conselho da Evolution Mining, em entrevista à TV Bloomberg.

“Há boas razões para acreditar que vamos bater esse recorde”, disse Klein, referindo-se aos preços. “O ouro ainda tem um longo caminho a percorrer, e os preços serão fortes.”

Bolsonaristas usam perfis alternativos na internet após serem suspensos pelo STF

Bolsonaristas alvos do inquérito das fake news recorreram a perfis alternativos na internet após terem suas contas no Twitter e no Facebook suspensas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O ex-deputado Roberto Jefferson utilizou o perfil da filha, Cristiane Brasil, no Twitter: “Amigos aqui é Roberto Jefferson. Entrei na conta da minha filha para agradecer a todos pelo apoio. Em breve estaremos juntos novamente! Alexandre, não temo sua tirania!”.

 

O blogueiro Allan dos Santos usou uma conta alternativa no Twitter (@allandlsantos). O empresário Luciano Hang, pelo Instagram, negou financiar o disparo de fake news.
O Twitter bloqueou contas de alvos do inquérito que apura ataques contra ministros do STF. Também foram tirados do ar os perfis da extremista Sara Winter e o blogueiro Bernardo Kuster.

A ordem é do ministro Alexandre de Moraes, alvo constante de ataques da base de apoiadores do presidente. Ao serem acessadas, as contas apresentam os dizeres: “conta retida” e que a conta” foi suspensa em resposta a determinação legal”.

“O Twitter agiu estritamente em cumprimento a uma ordem legal proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF)”, diz a rede.

A suspensão das contas repercutiu nas redes sociais entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que intensificaram as críticas ao STF, visto como um dos grandes adversários do presidente.

Ainda continua magistrado? TJ-SP diz ao CNJ que desembargador que xingou guardas foi alvo de 42 investigações

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta sexta-feira (24) que o desembargador Eduardo Siqueira foi alvo de 42 apurações disciplinares em 15 anos e que todos os processos foram arquivados. A ação mais antiga data de 1987.

Siqueira ganhou atenção nacional após o episódio em que xingou guardas civis municipais de Santos (SP) e rasgou uma multa ao se negar a utilizar uma máscara de proteção facial enquanto caminhava na orla da praia.

Após a repercussão negativa, o desembargador pediu desculpas. “Realmente, no último sábado me exaltei, desmedidamente, com o guarda municipal Cícero Hilário, razão pela qual venho a público lhe pedir desculpas”, escreveu.

CNN apurou que a decisão desse caso deve sair na segunda-feira (27). Segundo o TJ-SP, os processos estão arquivados em meio físico. Para que possam ser enviados ao conselho, precisam ser digitalizados. Com isso, o presidente do TJ, Geraldo Francisco Pinheiro Franco, pede mais 10 dias para atender à requisição do CNJ.

“Noticio que se trata de mais de 40 (quarenta) autos processuais, muito deles instaurados há mais de quinze anos, arquivados em meio físico. O desarquivamento e a digitalização de todas as peças que compõem referidos autos demandarão mais tempo do que as 48 horas originalmente estabelecidas. Por isso, solicito a Vossa Excelência prazo adicional de 10 dias para integral atendimento à solicitação mencionada”, disse.

Na quarta-feira, o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou que o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo informasse à Corregedoria Nacional de Justiça todos os processos, em andamento e arquivados, que foram instaurados contra o desembargador Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira.

No sábado, Siqueira foi multado em R$ 100 pela Prefeitura de Santos após se recusar a usar máscara de proteção em público.

Em vídeos gravados por oficiais da Guarda Civil Municipal de Santos, Siqueira aparenta estar nervoso com a multa cobrada e com a situação de imposição do uso da máscara, medida obrigatória imposta no decreto nº 8.944, de 23 de abril de 2020.

No domingo, a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça instaurou um pedido de providências contra o desembargador para apurar suposta falta disciplinar do magistrado.

CNN BRASIL

Do Blog do Primo: Não tenho dúvidas que o Poder mais limpo do Brasil é o Legislativo. Mesmo com suas mazelas, o Legislativo é auto-limpante, quando ele não afastas seus membros malfeitores, o povo afasta nas eleições.