Arquivo diários:06/03/2017

Mulher perde mais do que o homem na reforma da Previdência

Apesar de viverem mais, elas enfrentam dupla jornada. Pessoas do sexo feminino dedicam 26,6 horas semanais ao lar e as do masculino, 10,5 horas.

Alessandra Azevedo

Correio Braziliense

No plenário 2 da Câmara dos Deputados, onde têm ocorrido as reuniões da comissão especial que discute a reforma da Previdência, cabem 150 pessoas, mas a sala sempre está um pouco acima da capacidade. Em geral, 37 são integrantes titulares do colegiado, sem contar os outros 37 que substituem, caso um deles não possa ir.
Entre os 74, há apenas uma representante do sexo feminino: a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Foi nessa sala que o relator da proposta, Arthur Maia (PPS-BA), questionou, em  entrevista a jornalistas,  a necessidade de as mulheres se aposentarem antes dos homens, como é feito hoje. “A mulher que é solteira, que não se casou e não tem filho, por que ela vai ter uma diferença em relação ao homem?”.
Em geral, o argumento usado pelos defensores da proposta do governo, que prevê idade mínima de 65 anos e 25 anos de contribuição para requerer a aposentadoria, independentemente do gênero, é de que, atualmente, não faz mais sentido fazer essa diferenciação.
Principal articulador da reforma no governo, o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, orgulha-se de propor uma reforma “igual para todos”, defendendo que é esse o modelo que os outros países, em especial os da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), têm seguido. Alemanha, Islândia e Noruega, por exemplo, têm a idade mínima ainda mais elevada, de 67 anos para os dois sexos.

 

 

Ex-policial filipino garante ter matado 200 pessoas por ordem de Duterte

Resultado de imagem para Rodrigo Duterte
Presidente Rodrigo Duterte

EFE

Um ex-policial das Filipinas garantiu nesta segunda-feira ter matado 200 pessoas como parte dos “esquadrões da morte” supostamente criados e dirigidos pelo presidente Rodrigo Duterte quando era prefeito da cidade sulina de Davao.

Arturo Lascañas, agente da Polícia Nacional até dezembro do ano passado e que diz ter sido braço direito de Duterte, prestou depoimento no início de uma investigação no Senado sobre as supostas execuções extrajudiciais em Davao.

O ex-policial, que há duas semanas já acusou Duterte perante o Senado de ser o cérebro desses assassinatos, declarou hoje que no total matou 300 pessoas, das quais pelo menos 200 foram pelos chamados “esquadrões da morte” até 2015, segundo seu testemunho televisionado ao vivo.

Interrogado pelos senadores, Lascañas negou possuir uma lista dos executados, mas mencionou casos concretos nos quais os assassinatos teriam sido ordenados por Duterte.

Rodrigo Duterte foi prefeito da cidade de Davao, com uma população de 1,5 milhão de habitantes, durante 22 anos em vários períodos entre 1988 e 2016.

Sob seu comando, a cidade experimentou uma rápida modernização e uma queda da criminalidade, ao mesmo tempo que se produziram mais de mil execuções extrajudiciais de supostos delinquentes e opositores ao prefeito, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.

Em uma primeira investigação no Senado, Lascañas negou em outubro do ano passado a existência dos esquadrões da morte.

No entanto, no último dia 20 de fevereiro se retratou em uma inesperada confissão perante a câmara alta, onde assinalou Duterte como cérebro dos “esquadrões da morte” e lhe acusou de ter contratado matadores para assassinar opositores.

Quando o Senado averiguou no ano passado o assunto dos “esquadrões da morte de Davao” não encontrou evidências suficientes para demonstrar sua existência.

O testemunho de Lascañas serviu para revisar o caso depois que outro ex-membro arrependido dos esquadrões, Edgar Matobato, acusou Duterte pela primeira vez pelos assassinatos em dezembro do ano passado perante o defensor público.

No Senado os líderes defendem projeto contra sigilo de investigações

Isabela Bonfim e Julia Lindner

Brasília

Enquanto parlamentares vivem apreensão com os novos pedidos de abertura de inquérito contra políticos no âmbito da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, líderes dos principais partidos no Senado já manifestaram apoio à proposta que põe fim a qualquer sigilo em investigações.

Considerado por integrantes do Ministério Público como um dos itens da agenda “anti-Lava Jato” no Congresso, o projeto – de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) – recebeu críticas da Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR).

A reportagem consultou os líderes de nove bancadas da Casa: PMDB, PSDB, PT, PSB, PP, PSD, DEM, Rede e PCdoB. Juntos, eles respondem por 68 senadores, o equivalente a 83% do Senado. PMDB, PT e PP defendem a quebra total do sigilo de investigações. PSDB e PSB concordam com a quebra do sigilo, mas acreditam que devem ser feitas ressalvas em alguns aspectos.