Um evento de informação, de conscientização e sobretudo de valorização da mulher. Assim foi a abertura da sétima edição da Semana da Justiça pela Paz em Casa, realizada nessa segunda-feira (6), na comarca de Goianinha. Promovida pelo Tribunal de Justiça do RN, por meio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CE-Mulher), a Semana reuniu representantes de diversas instituições na Câmara Municipal de Goianinha para destacar a necessidade de combate ao machismo e à cultura da violência contra a mulher.
Na Praça da Igreja, diversos serviços para a população feminina, com destaque para os ônibus da Justiça Itinerante, Delegacia Móvel da Polícia Civil e a Unidade Móvel de Acolhimento à Mulher, da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
O coordenador da CE-Mulher, juntamente com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Expedito Ferreira de Souza, o prefeito de Goianinha Berg Lisboa e a secretária municipal de Ação Social Lucicleide Barros fizeram o descerramento da placa de inauguração da “Sala Lilás”, local que irá oferecer a mulher vítima de violência uma acolhida digna no momento em que ela busca os seus direitos. A unidade irá funcionar na Rua Basílio Ramalho, 270, Vila Helena, em Goianinha.
“O Judiciário sozinho, em seu papel repressivo, não combate a violência contra mulher. Precisamos de ações educativas de visibilidade”, afirmou o juiz Deyvis Marques, coordenador da CE-Mulher, ao iniciar os discursos. O magistrado lembrou que o Rio Grande do Norte encerrou o ano de 2016 entre os estados com maior número de feminicídios e que a violência doméstica atinge a todos.
Para a advogada Andreia Nogueira, presidente da Associação Brasileira das Mulheres das Carreiras Jurídicas, o problema não é apenas de quem sofre a violência. “Eu nunca sofri violência doméstica, mas o problema é meu, de toda a sociedade”, disse. Para ela, “meter a colher não é vergonhoso, mas sim deixar a situação como está”. A presidente da ABMCJ no RN ressaltou que as pessoas devem abraçar causas não porque são vítimas, mas porque fazem parte de um todo. “Se não há violência na minha casa, ótimo. Está na hora de olhar então na casa do meu vizinho. Não pode haver violência contra a mulher na minha rua, no meu bairro, na minha cidade, no meu país”.