Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega eram os responsáveis por arrecadar dinheiro à campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010 e na campanha à reeleição em 2014. De acordo com o empreiteiro, a ex-presidente sabia de doações via caixa dois. Marcelo falou ao tribunal na ação que pode levar à cassação da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) nas eleições de 2014.
De acordo com Marcelo Odebrecht, até 2010, todos os pedidos eram feitos por Palocci. Até então, não havia negociações com Dilma. No entanto, após iniciar seu primeiro mandato, em 2011, passou a tratar da “relação” do PT com a Odebrecht.
“Ela [Dilma] começou a cuidar, digamos assim, da relação – porque 2010 ela praticamente nem olhou as finanças, acho que todos os pedidos de doação foram feitos por Lula, Palocci. E ela nem se envolvia em 2010″, disse Odebrecht.
De acordo com ele, durante a campanha à reeleição, Dilma teria recomendado que todos os recursos fossem doados ao PT, mas especificamente, para sua campanha. O assunto foi tratado com Guido Mantega, que teria relatado o pedido da petista: “Marcelo, a orientação dela [Dilma] é que todos os recursos de vocês vão para a campanha dela. Você não vai mais doar para o PT, você só vai doar para a campanha dela, basicamente paras as necessidades da campanha dela: João Santana, Edinho Silva ou esses partidos da coligação”.
Em um dos trechos do documento, Marcelo Odebrecht diz que a ex-presidente Dilma Rousseff sabia. “A Dilma sabia da dimensão da nossa doação, e sabia que nós éramos quem doá… quem fazia grande parte dos pagamentos via Caixa Dois para João Santana. Isso ela sabia”, diz.
Conforme relatado pelo G1, que também afirma ter tido acesso ao documento, Marcelo Odebrecht afirmou ter doado R$ 150 milhões à chapa Dilma-Temer em 2014, mas não separou os valores em doação oficial e caixa dois.