Em ação de improbidade contra o Partido Progressista, dez políticos da sigla e um ex-assessor parlamentar, o Ministério Público Federal afirma que o montante de propinas que teria sido arrecadado pelo Partido Progressista em 10 anos é maior do que o valor recebido pela legenda via fundo partidário. Segundo a Procuradoria da República, as propinas ao PP e seus integrantes, entre 2004 e 2014, chegaram ao menos a R$ 296.373.910,56. No mesmo período, a agremiação recebeu R$ 179.790.284,80 do fundo partidário.
“O total de vantagens ilícitas direcionadas ao PP e seus integrantes equivale a cerca de 164% do importe licitamente distribuído por meio do fundo partidário. Isso permitiria aos candidatos mais do que dobrar os seus gastos eleitorais. Houve, assim, um financiamento ilícito em tal monta que aponta para um desequilíbrio da disputa eleitoral em favor do partido e de seus candidatos, o que implica no desvirtuamento do sistema de representação política em nível federal”, informou o Ministério Público Federal.
A investigação aponta que o dinheiro ilícito da corrupção da Petrobras foi empregado para o enriquecimento ilícito dos participantes e para financiar campanhas eleitorais.
“A corrupção, além dos seus efeitos perniciosos mais usuais, atenta contra a legitimidade do processo democrático, por desequilibrar artificialmente as disputas eleitorais. Candidatos que recebem recursos oriundos da corrupção passam a ter vantagens competitivas em relação aos demais”, afirmou a Procuradoria.