O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu neste domingo (8) que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e o Ministério da Justiça apurem a prática de abuso na prisão do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina Luiz Carlos Cancellier. O ex-reitor se suicidou no último dia 2 e deixou uma carta em que relata ter se sentido humilhado por ter sido preso temporariamente e reiterou sua inocência, posta em xeque na Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
Segundo Gilmar, a morte de Cancellier serve de alerta sobre as consequências de eventual abuso de poder parte de autoridades. “O sistema de justiça precisa de extremo cuidado para que excessos não sejam cometidos. Estamos lidando com a vida e a dignidade das pessoas”, escreveu em seu Twitter. “Não estou antecipando responsabilização, mas o caso demonstra que,algumas vezes, sanções vexatórias são impostas sem investigações concluídas”, acrescentou o ministro.
Cancellier foi preso no dia 14 de setembro, acusado de obstruir as investigações de um esquema de corrupção milionário dentro da UFSC. Uma foto dele com o uniforme laranja de presidiário circulou pelas redes sociais.
UoL