Por André Guilherme Vieira | Valor
SÃO PAULO – A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu à decisão do juiz federal Sergio Moro, que determinou, na sexta-feira (13), que os advogados do petista apresentem os recibos originais dos aluguéis pagos pelo apartamento contíguo àquele em que o ex-presidente reside, em São Bernardo do Campo (SP).
A defesa de Lula solicitou a Moro que mande o Ministério Público Federal (MPF) e o empreiteiro e delator Marcelo Odebrecht informar se possuem as vias originais da documentação juntada à ação penal sobre o suposto pagamento de propinas da empreiteira para o ex-presidente. No processo, Lula é acusado de ser o beneficiário de R$ 12,4 milhões em vantagens indevidas da Odebrecht. Entre as benesses estariam um terreno em São Paulo para sediar o Instituto Lula e o imóvel vizinho à residência do petista, de R$ 504 mil.
A apuração sobre a autenticidade dos 26 recibos de aluguéis que teriam sido pagos a Glaucos da Costamarques foi iniciada por iniciativa do MPF, por meio de um incidente de falsidade ideológica instaurado no dia 5 de outubro.
A defesa de Lula fez questionamentos sobre três documentos anexados ao processo criminal. Eles contestaram uma ordem de pagamento que teria duas versões; se a inscrição “P Melo” foi inserida posteriormente às anotações feitas em tinta azul e se Paulo Melo assinou o documento; e um e-mail com anotações manuscritas apresentado por Marcelo Odebrecht.