SALVADOR — Localizado na Graça, bairro tradicional da classe média alta de Salvador, o edifício residencial José Silva Azi se tornou uma atração na capital baiana após a Polícia Federal encontrar, no apartamento 201, malas e caixas com mais de R$ 51 milhões em espécie que seriam do ex-ministro da secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB).
Durante as três horas que a reportagem de O GLOBO permaneceu em frente ao edifício, dezenas de pessoas passaram andando, tirando fotos e comentando o episódio da última terça-feira. Morador da Rua Barão de Loreto há 40 anos o aposentado Orlindo Siqueira acompanhava consternado a movimentação no prédio vizinho ao seu.
— É uma vergonha. Um absurdo. Nós estamos envergonhados por morar na rua onde um criminoso guarda tanto dinheiro de roubo.
Vários carros que passam na via sem saída reduzem a velocidade ou param em frente ao prédio para fotos e manifestos de indignação. Gritos como “Geddel ladão. Cadeia pra Geddel. Criminoso”, foram proferidos em meio à rua residencial com pouco movimento normalmente.
Udson Magalhães, 35 anos, é morador do Calabar, bairro pobre de Salvador que fica próximo a Graça, fez questão de passar com os dois filhos e um sobrinho em frente ao prédio.
O GLOBO