Delegada da Lava Jato foi responsável pela prisão que levou reitor ao suicídio

Do Blog do Primo: investigue se existir suspeita, investigue; processe se tiver denuncia e julgue condenando se for culpado, mas, prender para investigar e depois julgar é abuso – essa lei tem que mudar, ela está sendo mal usada e banalizada, o que é para ser cautelar está sendo abusivamente aplicada por membros do Ministério Público, polícia e magistrados. 

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Foto: Atores cinematográficos Rainer Cadete e Flávia Alexandra do filme “Polícia Federal – A lei é para todos” com a delegada Érika Marena virando celebridade – isso pode ser perigoso

Operação Ouvidos Moucos, que investiga irregularidades na UFSC e da qual o reitor que se suicidou, Luiz Carlos Cancellier, era alvo, era coordenada na Polícia Federal pela delegada Érika Marena, ex-integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba; ela chegou a Florianópolis no fim de 2016 para comandar a área de combate à corrupção e desvios de recursos públicos; o reitor foi preso no dia 14 de setembro e solto no dia seguinte; na ocasião, a delegada questionou a juíza que determinou a soltura, mesmo sem haver nada contra Cancellier

A delegada Erika Mialik Marena, da Polícia Federal, foi quem pediu e conseguiu da Justiça a decretação da prisão temporária do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luiz Carlos Cancellier por supostas irregularidades cometidas à frente da instituição.

Ela coordenava a Operação Ouvidos Moucos, que tinha Concellier e outros colegas como suspeitos de irregularidades na prestações de contas dos contratos do Ensino à Distância (EaD) oferecidos pela instituição entre 2008 e 2014. Ele era reitor, porém, desde maio de 2016, conforme relata em artigo publicado quatro dias antes de sua morte, no qual também denuncia a “humilhação e vexame” a que foi submetido.

Cancellier foi preso no dia 14 de setembro, junto com outros seis suspeitos da UFSC. Foi solto no dia seguinte, mas ainda proibido de reassumir o cargo e até de entrar na universidade. Após a soltura, a delegada questionou a soltura dos suspeitos, mesmo sem haver nada contar eles. A juíza Marjôrie Cristina Freiberger entendeu que não havia motivos suficientes para manter a prisão (relembre aqui).

Érika Marena é ex-integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR) e chegou a Florianópolis, em Santa Catarina, onde o reitor se jogou do vão do prédio do Shopping Beiramar na manhã da segunda-feira 2, no fim de 2016 para comandar a área de combate à corrupção e desvios de recursos públicos.

Na PF desde 2003, foi ela também quem deu o nome à Lava Jato devido ao uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis, em Brasília, que movimentava recursos ilícitos. O nome Ouvidos Moucos se deveria ao fato de o reitor supostamente não ter feito nada para coibir abusos na UFSC.

No filme “Polícia Federal – A Lei é Para Todos”, sobre a operação, ela foi interpretada pela atriz Flávia Alessandra.