Dispositivo da reforma política permite que os candidatos ricos larguem em vantagem nas eleições de 2018

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Tábata Viapiana

Graças a um item da reforma política, aprovado na calada da noite pelo Senado, o poder econômico vai continuar a falar mais alto nas eleições de 2018. O dispositivo permite que os candidatos financiem integralmente suas campanhas até o limite de gastos para o cargo em disputa. Na prática, isso significa que os políticos poderão injetar recursos próprios na corrida eleitoral – o que, naturalmente, beneficiará os candidatos mais ricos.

 

A Câmara chegou a estipular um limite para o autofinanciamento de campanhas: 7% do total dos gastos para candidatos a deputado e R$ 200 mil para os cargos majoritários – senador, governador e presidente. O objetivo era, exatamente, evitar que os políticos mais abastados levassem vantagem na disputa, justamente pela possibilidade de bancarem as próprias candidaturas. O limite fixado pela Câmara, no entanto, foi retirado pelo Senado. Ao sancionar a proposta, o governo manteve a regra. O teto de gastos para 2018 é de R$ 70 milhões para a disputa ao Planalto, R$ 21 milhões ao governo, R$ 5,6 milhões para o Senado e R$ 2,5 milhões para deputado.