Um ministro regional britânico envolvido nos escândalos de assédio sexual que atingem a classe política do país foi encontrado morto nesta terça-feira, poucos dias após renunciar, informou a polícia do País de Gales.
A agência de notícias Press Association fala em suicídio.
Carl Sargeant, que era ministro das Comunidades e da Infância no governo regional do País de Gales, apresentou sua renúncia em 3 de novembro após denúncias sobre o seu comportamento.
Ele também foi suspenso do partido trabalhista, cujo líder Jeremy Corbyn se disse “muito chocado” pela notícia de sua morte, nesta terça no Twitter.
Em uma declaração citada pela PA, a família de Sargeant afirmou estar “devastada”, referindo-se a “um marido, um pai e um amado amigo”.
A polícia de North Wales declarou que recebeu uma ligação por volta das 11h30 sobre a descoberta de um corpo em Connah’s Quay, identificado como sendo o de Carl Sargeant. Ela informou em um comunicado que a morte não era considerada suspeita.
Em um comunicado, o ex-ministro afirmou que foi informado das acusações contra ele feitas pelo primeiro-ministro galês Carwyn Jones, sem que o conteúdo fosse esclarecido.
Ele também indicou que pediu por escrito ao secretário-geral do Labour do País de Galaes “pedindo uma investigação independente e urgente sobre as acusações para que seu nome pudesse ser limpado”.
Após o caso Harvey Weinstein, poderoso produtor americano acusado de assediar sexualmente dezenas de mulheres, o mundo político britânico foi abalado por acusações contra vários funcionários, alguns deles proeminentes.
O ministro da Defesa, Michael Fallon, que foi acusado de colocar a mão no joelho de uma jornalista em 2002 e de tentar beijar uma outra em 2003, renunciou na quarta-feira enquanto quatro deputados conservadores são alvos de uma investigação interna por parte do partido.
O escândalo também atingiu outro ministro regional, Mark McDonald (SNP) na Escócia. A oposição trabalhista também suspendeu um de seus deputados e investiga um caso de estupro.
Os partidos políticos britânicos concordaram na segunda-feira em introduzir novos procedimentos e fortalecer os meios para combater o assédio sexual e pôr fim ao “abuso de poder”.