Por Raphael Di Cunto, Marcos de Moura e Souza, Fábio Pontes, Fernando Taquari, Marcelo Ribeiro, Raphael Di Cunto e Cristiane Agostine | Valor
O líder dos “cabeças-pretas” do PSDB, grupo que tem pregado o rompimento com o governo Temer, deputado Daniel Coelho (PE), foi à tribuna da Câmara logo após o senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, destituir o senador Tasso Jereissati (CE) da presidência do partido para nomear outro vice, Alberto Goldman, de São Paulo. “O PSDB está enterrando sua história se não reagir a isso. Desrespeitando aqueles que fundaram o PSDB para se distanciar do PMDB corrupto e do fisiologismo.”
Coelho classificou a destituição como um “golpe rasteiro” de Aécio, que teria sido articulado com os ministros do governo e o PMDB para evitar que o partido rompa com o governo.
Aliado de Aécio, o deputado Marcus Pestana (MG) tentou minimizar as críticas públicas e disse que o plenário da Câmara não era o ambiente adequado para aquela discussão. “O senador Tasso foi indicado pelo Aécio, que se afastou para se defender, para ser o líder de todos, não de uma facção”, afirmou.
Para Pestana, Tasso estava usando a máquina do partido para sua candidatura à reeleição, ao destituir o diretório do Maranhão e “instrumentalizar” o site da legenda para divulgação de sua campanha. “Era preciso equilíbrio na disputa”, disse. O senador cearense disputa a presidência do partido com o governador de Goiás, Marconi Perillo.