STJ autoriza abertura de inquérito contra Alckmin em caso da Odebrecht

Alckmin e Rogério Marinho do PSDB, ambos investigados
Por André Guilherme Vieira e Ricardo Mendonça | Valor

SÃO PAULO  –  O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, investigará o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pela acusação de recebimento de caixa dois eleitoral feita por delatores da Odebrecht. Alckmin tem privilégio de foro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Cabe ao vice-procurador-geral investigar governadores atuando na Corte Especial do STJ.

A abertura de inquérito foi solicitada por Maia na quarta-feira, conforme apurou o Valor. O STJ autorizou a abertura da investigação, que tramitará em segredo de Justiça. A relatora do caso será a ministra Nancy Andrighi, integrante da Corte especial do tribunal.

Alckmin foi citado por delatores da Odebrecht como beneficiário de caixa dois para abastecer as campanhas de 2010 e 2014. Teriam sido pagos R$ 10,3 milhões em caixa dois eleitoral às campanhas do tucano.

Segundo os delatores da Odebrecht, foram R$ 2 milhões para a campanha de 2010 e R$ 8,3 milhões para a campanha de reeleição, vencida pelo tucano em 2014. As informações que sustentam o pedido de investigação sobre as campanhas de Alckmin foram prestadas por três delatores: Arnaldo Cumplido de Souza Couto, executivo da Odebrecht Engenharia e Construção Internacional; Carlos Armando Guedes Pascoal, o “Cap” da Construtora Odebrecht; e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-líder empresarial da Odebrecht e um dos responsáveis por liberações de recursos no Setor de Operações Estruturadas – a divisão de propinas da empresa.

Procurada, a assessoria de imprensa de Alckmin não se manifestou. O tucano é o principal nome do PSDB para a campanha presidencial de 2018.