Foto: Adriano Machado
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira (18) que o presidente Jair Bolsonaro mentiu e que o governo federal é responsável por não expandir o programa Bolsa Família.
Maia deu a declaração após Bolsonaro acusá-lo de não colocar em votação o pagamento da 13ª parcela do Bolsa Família. Como presidente da Câmara, cabe a Maia o comando das pautas de votação da Casa.
“O episódio, mais um episódio ocorrido no dia de ontem [quinta-feira], quando infelizmente o presidente da República mentiu em relação a minha pessoa. Aliás, muita coincidência, a narrativa que ele usou ontem, com a narrativa que os ‘bolsominions’ usam há um ano comigo em relação às MPs que perdem validade nessa casa. É a mesma narrativa”, afirmou Maia, em discurso no plenário da Câmara
Nesta quinta-feira (17), na transmissão ao vivo semanal feita nas redes sociais, Bolsonaro disse que Maia era o culpado pelos beneficiários do Bolsa Família não terem recebido a 13ª parcela do benefício este ano.
Maia usou o discurso na tribuna da Câmara para dar uma resposta a Bolsonaro. Antes, Maia decidiu colocar em pauta uma medida provisória que prorrogou o pagamento do auxílio emergencial, incluindo nela o pagamento do 13º do Bolsa Família em 2020.
“Já que o governo quer o 13º do Bolsa Família, vão poder defender a medida na MP do auxílio”, disse o presidente da Câmara ao blog da jornalista Andréia Sadi.
Aliados do Planalto consideraram a decisão de Maia uma retaliação à declaração do presidente e passaram a articular a retirada da matéria de pauta para evitar desgaste político para o governo.
No discurso, Maia ressaltou que a articulação para retirar o texto de pauta mostrou que é o governo que não quer votar a expansão dos programas sociais.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), entrou em campo na manhã desta sexta para tentar apaziguar os ânimos.
O deputado publicou uma mensagem nas redes sociais dizendo que a MP que previa o 13º do Bolsa Família não foi votada, porque não havia recursos para arcar com o abono natalino para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), incluído no texto durante a tramitação da matéria, eximindo Maia de responsabilidade sobre a não votação da matéria.
G1