Gilmar diz que não houve ameaça em discussão entre Cabral e juiz: “Nada demais”

“Muitas vezes temos que nadar contra a corrente”, disse o ministro do STF ao justificar decisão de vetar transferência de Cabral para presídio longe do Rio

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Ministro Gilmar Mendes contrariou decisões do juiz Bretas, de desembargador do TRF-2 e de ministra do STJ

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes voltou nesta quinta-feira (2) a defender sua decisão em barrar a transferência de Sérgio Cabral (PMDB) para um presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS). A mudança do ex-governador do Rio de Janeiro para longe do estado havia sido determinada na semana passada pelo juiz federal Marcelo Bretas , atendendo a pedido do Ministério Público Federal. A Procuradoria e o magistrado entenderam que Cabral recebia informações externas em seu cárcere no presídio de Benfica, na zona norte do Rio, – suspeita que ganhou força durante audiência na qual o peemedebista bateu boca com o juiz e demonstrou ter conhecimento sobre as atividades da família de Bretas.

“Eu vi o vídeo da audiência, examinei, e não me convenci de nenhuma ameaça. Foi um diálogo um pouco ríspido, áspero, mas nada demais. A nossa função na magistratura, muitas vezes, é contramajoritária. Muitas vezes temos que nadar contra a corrente”, disse o ministro Gilmar Mendes , ressaltando que sua decisão favorável à permanência de Cabral no Rio foi baseada em “motivos técnicos”. As declarações do ministro do STF foram feitas à Globonews durante evento em Portugal.