Arquivo diários:20/11/2018

Presidente brasileiro da Renault-Nissan, Carlos Ghosn é detido por fraude fiscal; ações despencam 13%

Carlos Ghosn - CEO NissanSÃO PAULO – O presidente e diretor-executivo do grupo Renault-Nissan, o franco-brasileiro de origem libanesa  Carlos Ghosn, foi detido por suspeitas de fraude fiscal, informou o jornal japonês Yomiuri.

Nesta segunda-feira (19), as autoridades japonesas deflagraram uma operação de investigação em meio às suspeitas de que o executivo da gigante automobilística tenha subestimado seus rendimentos em declaração de impostos.

As autoridades japonesas fizeram buscas na sede da Nissan, assim como em outros locais relacionados com a fabricante de automóveis.

A notícia surpreendeu muitos analistas, uma vez que Ghosn é muito bem avaliado mundialmente e conseguiu recuperar a Nissan da ameaça de falência.

A montadora japonesa disse também nesta segunda-feira, em comunicado, que Ghosn usou ativos da empresa para uso pessoal e que havia investigação de possíveis práticas impróprias de Ghosn e do diretor Greg Kelly por vários meses. A Nissan ainda confirmou que  Ghosn está sob investigação depois que ele supostamente violou a lei financeira japonesa.

A montadora informou que seu diretor executivo, Hiroto Saikawa, proporá agora ao Conselho de Administração da Nissan que tire Ghosn e Kelly de seus cargos.

As ações da Nissan já haviam parado de ser negociadas nesta segunda-feira após essas informações, mas as ações da Renault – que também tem Ghosn como CEO e presidente – atingiram seu nível mais baixo em três anos e registravam baixa de 13% às 8h47 (horário de Brasília).

De acordo com a Promotoria de Justiça de Tóquio, a remuneração de Ghosn totalizou quase 1,1 bilhão de ienes, ou cerca de US$ 9,7 milhões de dólares, no ano fiscal de 2016. Porém, para o ano fiscal de 2017, o executivo relatou um total de 730 milhões de ienes – queda de 33%.

Nascido no Brasil, descendente de libaneses e cidadão francês, iniciou sua carreira na Michelin na França e depois foi para a Renault. Ele se juntou à Nissan em 1999 depois que a Renault comprou uma participação controladora e se tornou seu presidente-executivo em 2001.

(Com Agências)

Especiais InfoMoney

Senado prepara-se para votar flexibilização da Lei de Ficha Limpa

Alguns senadores tentaram aprovar  em regime de urgência, o projeto que flexibiliza a Lei da Ficha Limpa. No entanto, o esforço esbarrou na resistência de parlamentares que discordavam da urgência e da possibilidade de reduzir o período de inelegibilidade para políticos condenados por abuso de poder econômico pela Justiça Eleitoral antes de 2010.

Em meio a polêmicas, a discussão e votação ficaram para hoje (20).

Com a urgência, o projeto tem prioridade e passa na frente de outros para ser votado. O projeto que altera a Lei da Ficha Limpa foi proposto pelo senador Dalírio Beber (PSDB-SC) e já está na pauta da sessão desta terça-feira (20).

Para impedir que o assunto seja novamente discutido, são necessárias 41 assinaturas dos 81 parlamentares. O senador José Reguffe (sem partido-DF) passou parte do dia recolhendo assinaturas dos colegas. “Há uma decisão do Supremo [Tribunal Federal], já tomada, que não deve ser alterada por esta Casa, na minha opinião. Portanto, sou contra esse projeto”, afirmou Reguffe.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que não havia necessidade de urgência para a proposta. Para ela, as mudanças na proposta fragilizam a Lei da Ficha Limpa. Segundo Ana Amélia, há risco de retrocesso. A senadora lembrou que a Lei da Ficha Limpa nasceu “como ação popular” e que tal iniciativa tem de ser respeitada.

Proposta

A proposta (PLS 396/2017) do senador Dalírio Beber determina que as penas previstas na lei só podem ser aplicadas a casos de condenação após a entrada da norma em vigor, em junho de 2010.

O texto foi apresentado em outubro de 2017, pouco depois de o Supremo Tribunal Federal dizer que os condenados que cumpriram os três anos de inelegibilidade poderiam disputar as eleições. Porém, pela decisão da Suprema Corte, os sentenciados deveriam cumprir oito anos de inelegibilidade.

Ao sugerir as alterações na Lei da Ficha Limpa, o senador justificou que a punição de oito anos “penaliza” a cidadania. “Um tal aumento configura, de modo inequívoco, um claro exemplo de retroatividade de lei nova para conferir efeitos mais gravosos a fatos já consumados.”

O projeto ainda precisa de parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que deve ser dado em plenário.

*Com informações da Agência Senado

Apple e dona do Google fecham em queda de quase 4% em NY

Por Paula Selmi, | Valor, com agências internacionais

SÃO PAULO  –  A ação da Alphabet, dona do Google, fechou em baixa de 3,91%, a US$ 1.019,94, na Nasdaq, em Nova York.

O papel fechou o pregão no chamado “bear market” — tendência de queda generalizada das cotações, relativamente prolongada — pela primeira vez desde 2011. O “bear market” é definido por muitos em Wall Street quando a desvalorização é de 20% ou mais ante o recorde de alta do papel, de US$ 1.285,50 no caso da Alphabet no dia 26 de julho.

A ação acompanhou a queda generalizada do setor de tecnologia nesta segunda-feira. Os papéis da Apple, por exemplo, recuaram 3,9% e os da Microsoft fecharam em baixa de 3,4%.

Apple

As ações da Apple tmbém fecharam em queda de 3,96%, a US$ 185,86. Os papéis chegaram a operar brevemente no “bear Market”, tendo saído desse território minutos depois.

Na mínima do dia, quando as ações chegaram a cair 4,1%, a US$ 185,63, a Apple acumulou perdas de 20,01% desde seu pico em 3 de outubro, quando fechou no recorde de US$ 232,07. O mercado define o “bear market” quando o papel registra queda de 20% ou mais desde sua cotação máxima.

Um fechamento abaixo de US$ 185,65 hoje representaria o primeiro “bear market” da Apple em mais de dois anos. O primeiro foi em 9 de agosto de 2015.

As ações aceleraram sua tendência negativa na semana passada após uma série de fornecedores de smartphone reduzirem suas projeções financeiras, citando cortes de encomendas da Apple, a maior consumidora dessas fabricantes.